terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Serpentes



















 

Estático, sem ação
Ouço nitidamente
O barulho do vento passando
Por entre o tronco das árvores
Estáticas
Aves sem nome
Cantam aqui, ali, lá
O verde da mata se mexe
Num ir e vir sem fim
Anunciando vida
Até o encerramento
Da estação
Copas enormes
Escondem o sol, o céu
As nuvens que dançam
Com o vento
Procuram uma brecha
Para mostrar sua brancura
Cheiro de terra molhada
Musgo, umidade, frio intenso
Até as serpentes se escondem
Dormindo enroladas
Querendo roubar os meus sonhos
E o vento frio
Corta o meu rosto
Sibilando nos meus ouvidos
Machucando meus lábios
E minha boca que grita
Procurando a tua
Crua, nua...

Renato Baptista
                                                

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