terça-feira, 21 de junho de 2011

MONÓLOGO


Hoje as palavras se atropelam
Baralhando meus sentimentos
Que fale do passado me apelam
P'ra quê acoitar os ventos?!
Meus passos são de passarinho,
hesitantes,
Razão acrescida à minha tristeza,
perco palavras, perco caminho
Somam-se os dias inquietantes
Que me enchem de incertezas.

Palavras que trago anoitecidas
Que sempre escrevo com emoção
Andam por aí perdidas, caídas
Pousadas noutro olhar, noutra mão.
Porque as soltei em liberdade
Enquanto a chuva alaga meu chão.

Do meu coração abalam e deixam saudade
Voam como pássaros, deixando-me na solidão.

Mas ainda assim não me calo que me afogo
Já a tarde começa a apagar-se
E eu aqui neste monólogo
Vendo a Vida a enredar-se.

(Natalia Nuno)

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